Se alguém pensou que ver Dustin Hoffman contando palitos esparramados pelo chão era o sumo das habilidades de um autista, esperem para ver o que é capaz de fazer o londrino Stephen Wiltshire, um "artista" -antes que um autista- que desenhou a cidade de Nova Iorque rica em detalhes, em um quadro de quase 6 metros, após observá-la de um helicóptero durante 20 minutos.
O quadro foi elaborado, de cor, no famoso Pratt Institute de Brooklyn, e nele podem ser observados detalhes da cada edifício desenhado em uma escala quase perfeita. Todos os lugares mais conhecidos, como o Empire State Building e o Chrysler Building, podem ser vistos acima dos edifícios menores após somente três dias de trabalho.
Todo o processo artístico foi realizado escutando com atenção seu iPod -a música ajuda, ele diz- e utilizando uma caneta e conjunto com sua memória fotográfica.
- "Stephen primeiro desenha o básico de seu desenho com lápis e depois adiciona pontos de referência antes de completar os detalhes mais complexos", afirma Iliana Taliotis, a educadora que trabalha com Stephen e sua família.
Em sua terceira visita a Nova Iorque, este é primeiro quadro panorâmico que realiza da paisagem urbana mais emblemático do mundo. Stephen considera a cidade seu lar espiritual, já que existem muitas semelhanças entre Londres e Nova York que ele pode relacionar.
"A única diferença é que tudo está em uma escala maior e os edifícios são mais altos e modernos", afirma sua mentora.
Diagnosticado de autismo ainda muito cedo, o talento de Stephen surgiu como uma forma de se expressar. Usando seus desenhos como forma de aprender, Stephen criou uma série de 26 imagens codificadas para lhe ajudar a falar, a cada um dos quais corresponde a uma letra do alfabeto.
Em maio de 2005 Stephen realizou de cor um desenho panorâmico de Tóquio sobre um tela de 15 metros após um curto passeio em helicóptero sobre a cidade. Desde então já desenhou Roma, Hong Kong, Frankfurt, Madri, Dubai, Jerusalém e Londres em telas gigantescas.
Em 2006, Stephen Wiltshire recebeu a Ordem do Império Britânico por seus serviços à arte, o que lhe permitiu abrir sua própria galeria permanente na Sala Real da Ópera de Londres.
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