Por Eduardo Cabral
Fonte: site
Comunicadores
E o “
Dia dos Namorados” se aproxima. Para muitos(as), é o
momento certo pra tentar arrumar algum flerte pelo chat ou então
compartilhar uma daquelas correntes onde o usuário se diz “disponível”
para namorar, esquentar ou até ‘
andar de mãos dadas‘ por aí.
Espero que você concorde que sua conduta no Facebook pode ser a
responsável direta pela sua involuntária e atual “solterice”. Afinal,
esta incrível rede social criada por Mark já é tida como extensão –
verdadeira ou não – de nossas vidas, certo? Ou você vai me dizer que não
está logado(a) no Facebook enquanto lê este artigo?
O fato destacável é o intrigante questionamento: “
até onde todas as nossas atualizações são, de fato, reais?“. Estudos comprovam o quão angustiados ficamos ao ver amigos postando novidades e atualizações ao estilo “vivendo a vida” em
nossas
timelines enquanto a gente – num profundo mergulho dentro da frustração
– acelera o ritmo dos dedos ‘no scroll’ à procura de alguma coisa que
nos conforte e nos deixe melhor
na fita. O problema é que é bem
difícil isso acontecer pois, afinal, ninguém tira foto do prato de
arroz com feijão que almoça quase todo dia mas, sim, do delicioso e
estético combinado de sushi do mais requintado restaurante “da região”.
Acabamos por cultivar uma
utopia em busca de aceitação e de registros de melhores impressões em nossas
vidas/timelines, não é mesmo?
Associando estas breves edições de conteúdo que praticamos
cotidianamente, que vão desde a seleção da sua foto no perfil – na qual,
de alguma maneira,
você tenta mascarar possíveis defeitos,
como uma orelha amassada ou um beiço grande demais – até as palavras que
escrevemos, apagamos e corrigimos inúmeras vezes até que nos façam
parecer mais inteligentes do que, honestamente, acreditamos ser, me
ocorreu um ótimo exemplo que, na certa, vai lhe encorajar a ser “
#MaisVocê”
e abrir a porta para inúmeras boas oportunidades através desta vida
paralela intermediada por esta fria tela de computador. Que tal dar a
chance para suas verdadeiras emoções, falas, gostos e opiniões se “
expressarem” ao invés de se desgastar tentando moldar e editar o que é – felizmente ou infelizmente –
verdadeiro?
Apesar de inúmeros métodos e tecnologias avançadas… você ainda não pode
ter a certeza absoluta do que estão pensando ou achando a seu respeito,
por mais confiante que você possa parecer… já que você não tem controle
algum sobre esta incrível (e humana) variável, por que não aproveita
para desencanar e ser você mesmo?
Tudo bem. Estamos
associando essa estranha brincadeira de registrar uma vida paralela –
que adoraríamos que fosse a nossa verdadeira extensão – com a ideia de
encontrar o verdadeiro amor. Mas, convenhamos, nem só de bons momentos
vivem os seres humanos, né? Grandes almoços, ótimas leituras, badalados
eventos e divertidas frases não é o que faz ‘você’ ser ‘você’, né? Pode
parecer meio – ou muito – auto-ajuda, mas acredite, você e o mundo vão
muito além do que uma simples timeline. E é extremamente normal você não
ter uma boa sacada sobre o assunto ’X’ ou ter perdido a “oportunidade”
de postar aquele link que você viu primeiro. São questões extremamente
rasas e que não podem, de maneira alguma, definir quem você realmente é.
Por isso, pelo menos hoje, se desapegue destes valores superficiais e
se arrisque em ser simplesmente humano. Seja autêntico e, sem editar
nada, diga para quem importa como é que você se sente.
Espero
muito que alguém também se identifique com tudo isso, ou já me vejo
enfrentando um grande conflito emocional após este “problemático”
post! Afinal, a vida real não tem backspace. Então saia dessa
falsa zona de conforto e mostre quem você realmente é, pelo menos hoje: “
se arrisque“!