terça-feira, 30 de junho de 2009

Estamos inteiros ou somos apenas fragmentos?

Por Fernanda Lopes de Luzia

Neste exato momento em que você lê este artigo, você está fazendo quantas coisas mais? Quantas coisas existem em sua mesa no escritório? Quantas preocupações existem em sua mente? Quantas coisas pra fazer mais tarde... quantas coisas que você deixou de fazer... Um verdadeiro turbilhão no cérebro! Eu convido você neste momento a relaxar, a estar presente, a estar aqui, a estar no agora! A refletir o quanto você tem estado inteiro no que faz e quanto na maioria das vezes você está fragmentado. No dia de hoje relembre se enquanto você ouvia alguém você estava realmente ali entregue. Se quando alguém lhe deu um beijo ou demonstrou um olhar de carinho, você estava realmente ali entregue... Se no serviço que você desenvolvia sua cabeça estava por aí divagando... Se você foi capaz de sentir algo de novo em algo que você apenas entitulava como rotina.... Desacelere o passo por um instante e você perceberá que muitas vezes você é mais um dentre tantos maratonistas que vemos por aí.... Sempre correndo, sempre tentando encaixar o tempo para tudo o que se quer fazer.... E o pior, muitas vezes não sabendo nem para onde se está indo.... Mas a verdade é uma só.... Fazemos a maior parte das coisas fragmentados.... Não sabemos criar nossos momentos sagrados. Sagrado é um momento especial, é o momento em que você deve sentir que não existe mais nada além daquilo. É estar presente, é largar preocupações, ansiedades ou qualquer outro sentimento ligado a um tempo que não existe. Não existe afinal futuro ou passado. Você está aqui, perceba! Muitos colocam a desculpa nos momentos difíceis e que diante desses não é possível deixar de se preocupar. E quando você chega em casa, o seu local de descanso, você acessa seu momento sagrado? Você é capaz de dar risada junto com seu filho? Abraçar seu companheiro ou companheira? Conversar com as pessoas sem ter que ligar a TV? Prestar verdadeiramente atenção naquilo que você faz, naquilo que você diz, naquilo que você ouve, naquilo que você é? Com a desculpa de atender tantos pedidos externos, você muitas vezes esquece de você. Esquece de que se não cuidar bem de sua casa, ela tende a cair. E uma casa com rachaduras, não pode oferecer segurança a ninguém! É preciso saber fazer uma coisa de cada vez...
Fazer de cada instante um local sagrado, colocar a mente e atenção em cada instante, aprender, sentir cada situação e cada pessoa... Saber que não estamos passando por nossa vida acelerados e sem dar sentido a algo, saber que estamos vivendo e não somente existindo... Saber comer, comendo. Tomar banho, tomando banho! Amar alguém, amando! É simples assim! Faça o que estiver fazendo de forma inteira. Dê funcionalidade para a sua vida. Reduza o passo! Saiba fazer bem, mesmo poucas coisas que você fizer. Dê conta do que você faz! Tire o peso dos seus ombros e coloque mais felicidade nas suas relações. Quantas vezes você conflitou com o outro, simplesmente porque não esteve presente quando o outro gostaria de lhe falar sobre seus sentimentos ou sobre aquilo que pensava? Quando estamos presentes, estamos atentos, conscientes! E então com consciência, passamos a perceber coisas que antes não víamos. Começamos a acessar a sabedoria dentro de nós, passamos a ter mais respostas para nossa vida, estas que antes buscávamos apenas em conselheiros de fora. Se estamos conscientes, estamos plenos em saber quais são nossas necessidades reais. Eliminamos coisas que não servem mais em nossa jornada (e por vezes, são muitas), para então esvaziarmos... e leves, podermos fluir com o grande rio da vida, atentos à todos os "presentes" que nos são dados diariamente. Esteja inteiro no que faz! Seja inteiro para as pessoas com quem convive! Deixe as pessoas conhecê-lo de forma completa! Abrace de forma completa, beije de forma completa, ame de forma completa, escute de forma completa! Trabalhe de forma completa, ria, chore, de forma completa! Sinta a vida através de todos os seus sentidos! Sinta o gosto, o calor, o toque de todas as coisas... Se você parar um pouco, o mundo não atropelará você! É apenas a sua mente quem deu permissão pra isso! Só se pode crescer e tornar-se uma árvore com raízes firmes se você aprende primeiro a confiar que a chuva sempre completa o processo do seu crescimento.

Fotografia: António Alfarroba
Texto enviado por: Daniela Breno

10 comentários:

  1. Como diria uma amiga nossa, "Jizuizi"!
    Postamos este post ontem mas cadê o link para os comentários? Mexi em todas as configurações possíveis e nada!
    Então arrisquei. Apaguei tudo e publiquei de novo! Deu certo! Amém!
    Espero que gostem...
    Beijos,

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  2. Adorei meninas!
    Texto delicioso de se ler!

    Beijoos!

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  3. Meninas,
    é realmente curioso como cada um interpreta as coisas. Pelo título do texto achei que se tratasse de outra coisa. Pode ser esquisito, mas “Estamos inteiros ou somos apenas fragmentos?” me fez pensar que o texto falava de pedaços de gente... Pedaços da gente. De gente que se parece com a gente. Pessoas “gêmulas”.
    Enfim, vivemos fragmentados de fato. E sentimos o mal que isso nos faz. Não precisamos ser cobrados para perceber que não estamos nos dedicando ou dando a atenção necessária as coisas e as pessoas no momento que deveria ser só delas. Para quem tem um pouco de empatia e sensibilidade, basta colocar a cabeça no travesseiro e, ao fazer um resumo do dia, se tocar que o dia passou porque tinha que passar, sem nada a acrescentar.
    Logo no começo do texto comecei a me policiar, não queria fazer mais nada enquanto não terminasse a leitura, mas não é fácil, hein? Tudo se ocupa em nos tirar a atenção. rs
    “Fazer as coisas fazendo” é o que a Rê chama de “desligar o automático”, né?
    A Rê também disse uma frase que encaixa no texto: “A cabeça tem que estar junto com o corpo”. Lembro que cheguei até a escrever essa frase na capa do meu caderno, porque vivo com a cabeça no mundo da lua. =/
    A imagem que vocês escolheram passa totalidade mesmo. Uma pessoa que está se divertindo enquanto deveria estar se divertindo. Agora, não sei se isso ocorre porque é uma criança ou se porque o momento é de diversão.
    Gostei, meninas!

    Beijos, minhas fulôs!
    Dai

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  4. Dai,
    o que esse texto propõe não parece, mas é mesmo muito difícil.
    Assim como você, minha "gêmula", também comecei a me policiar logo no início do texto. Comecei a ler, lendo. rs É um bom exercício. Como tocar um instrumento. Lembrei do que o Mães me disse: Tocar é bom pra tantas coisas... Capacidade de concentração, principalmente!
    Sabe quando lemos um trecho de um livro e, após terminar, temos que reler porque não prestamos atenção?
    Tocar melhora bastante esse tipo de coisa, é um ótimo exercício para o cérebro, sem falar que relaxa!
    Agora, por exemplo, tem um gato (gato animal, tá?! =/) tirando minha atenção. Já parei de escrever (mamis chamando) e voltei...
    Bem lembrado, Daí... Realmente “a cabeça tem que estar junto com o corpo” e temos que “desligar o automático”, pensar antes de agir. Ficar zen. Vamos praticar yoga?
    Beijos e obrigada, amiga!
    Fabi

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  5. Fabi,
    lembrei exatamente do que o Maes te disse. Que a música ajuda em muitas coisas, principalemte na concentração. Acho muito difícil alguém tocar sem ser tocando. Não dá pra apertar o botão do automático e pronto. Precisa de entrega, mesmo. Sintonia!
    Gato animal? Oh, dó! =/
    Danadeeeeeeenha! hahahaha
    Yoga? Opa! ^^
    Olha a ideia que eu tinha de yoga antes, era que servia só pra acalmar, então, pensava: “Nunca que posso fazer yoga, se eu ficar mais calma do que já sou, pode mandar me enterrar”. Lesa, né? haha

    Beijão, “gêmula” minha!
    Dai

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  6. Queridas Maisa e Fabi.

    Desejo-lhes sucesso nesta nova fase e sem sombra de dúvidas muitas inspirações.As palavras encantam e mudam toda a atmosfera que nos cerca.Seja através de um texto breve, de poesias ou desabafos, cada qual com sua característica, demonstra um pouco do que somos e pensamos.

    Quanto ao texto e a rotina desenfreada enfrentada por muitos de nós.Acabo vendo os reflexos que a modernidade gera em nosso cotidiano.Com informações simultâneas tudo passa a perder a sua grande importância que consequentemente ocasiona a banalidade.

    Ao mesmo tempo as relações afetivas, pessoais e humanas estão frias e interpretadas cada vez mais por telas e monitores. As cores atuais são pantone enquanto antigamente eram reais e vividas em encontros onde a presença de espontâniedade era vivenciada.

    Como é bom , sair para caminhar sem rumo, sem celular, sem notebook, sem carro.Como é bom e raro ter tempo para si.

    Beijos e boa noite.

    Paz a todos.

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  7. Queridas Maisa e Fabi.

    Desejo-lhes sucesso nesta nova fase e sem sombra de dúvidas muitas inspirações.As palavras encantam e mudam toda a atmosfera que nos cerca.Seja através de um texto breve, de poesias ou desabafos, cada qual com sua característica, demonstra um pouco do que somos e pensamos.

    Quanto ao texto e a rotina desenfreada enfrentada por muitos de nós.Acabo vendo os reflexos que a modernidade gera em nosso cotidiano.Com informações simultâneas tudo passa a perder a sua grande importância que consequentemente ocasiona a banalidade.

    Ao mesmo tempo as relações afetivas, pessoais e humanas estão frias e interpretadas cada vez mais por telas e monitores. As cores atuais são pantone enquanto antigamente eram reais e vividas em encontros onde a presença de espontâniedade era vivenciada.

    Como é bom , sair para caminhar sem rumo, sem celular, sem notebook, sem carro.Como é bom e raro ter tempo para si.

    Beijos e boa noite.

    Paz a todos.

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  8. Trechinho do texto: "Esteja inteiro no que faz! Seja inteiro para as pessoas com quem convive! Deixe as pessoas conhecê-lo de forma completa!"
    Fabi, tudo a ver com o que falamos ontem. Tudo a ver com aquela música. Tudo a ver! *.*

    Beijos, meninas.
    Dai

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  9. TUDO, Dai! ^^
    Que lindo! ♥
    Beijos e muito,
    muito obrigada por tudo!!!
    Fabi

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  10. Jana, que lindo o que você escreveu!
    É uma delícia e uma honra encontrar pessoas com tamanha sensibilidade!
    Mil beijos,
    Ma

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